terça-feira, 24 de março de 2015

Encontro em Contos - Parte IV: Diogo e Penélope.

Aquele cheiro era inconfundível. Seu corpo logo sinalizou o desejo que sempre lhe invadia por aquele homem lindo e que além de tudo estava sempre por perto, sentia-se vigiada, mas de uma forma deliciosa. 

- Achei que não viria, confesso que duvidei. E não, você não vai me comer aqui.

- Por que eu não viria? Estou te desejando desde o minuto em que te deixei de manhã. Você é quente gata, e ainda tenho você de alguma forma em mim. Eu iria a qualquer lugar nessa noite atrás de você.

Ela não se conteve, as palavras, o perfume, o tesão tudo a fez entregar-se naquele beijo molhado que tanto desejava desde a manhã. O beijo foi daqueles intensos, cheio de saudade, que fazem o corpo e a mente desejarem que tudo em volta sumisse e somente restasse os dois naquele lugar, nada mais além dos dois e um sexo demorado.

- Deixa eu te comer aqui, em algum lugar, eu conheço os donos, disse ele deslizando as mãos das costas até sua bunda em um leve esfregar que a fazia sentir vontade de ir onde ele quisesse.

- Não, de jeito nenhum, eu vim para cá como sempre faço e vou dançar, me divertir, rir e beber. Se você quiser pode passar a noite comigo e quem sabe no fim disso eu deixo você me comer? Disse piscando o olho e sentindo-se a mais sedutora das mulheres.

- É tentador mas não sei por quanto tempo vou resistir te olhando dançar, sua bunda é gostosa demais. Quero te pegar de quatro, te fazer gemer, chorar e implorar por mais, disse com o olhar fixo em seus olhos.

- Eu não sou do tipo que implora, disse duvidando que se ele fizesse o que prometia teria forças para não implorar. Mas vem dançar comigo, vamos fazer o que ninguém mais faz hoje em dia. Vamos usar essa noite como uma grande e deliciosa preliminar, quem sabe assim você não me faz implorar mais tarde?

Não podia acreditar que tinha dito aquilo, não conseguia disfarçar o pavor de ter sido ousada demais, afinal, tudo que ela desejava desde as primeiras horas da manhã era se jogar nele, arrancar as roupas, beijar seu peito e sentir seu cheiro. Um cheiro que se concentrava na barba e nos cabelos. Nunca antes tinha se interessado por homens de cabelos compridos, mas, desde o primeiro esbarrão tudo que ele desejava era segurar aqueles cabelos, dominando, comandando. E se ele fosse embora, se não curtisse jogos, afinal ele poderia ter qualquer uma ali. Os pensamentos foram rápidos o suficiente para sentir seu corpo se afastando do dele. Seu medo tornava-se real.

- Já volto, disse ele ao pé do ouvido com a voz rouca e quente de sempre e sumiu no mar de pessoas da pista.

Seus olhos o acompanharam por alguns segundos e seu instinto de sobrevivência a fez retomar, ainda que sentindo a paralisação do medo,  ao ritmo da música. Nem bem se recuperava daquele momento quando sentiu alguém puxando seu braço para fora da pista e de volta para a realidade.

- O que foi aquilo? Quem é aquela pessoa? É ele? Você não me disse que ele era assim, ou melhor, disse, mas o que é aquilo? De onde saiu? Ele é daqui? Como nunca vimos essa criatura por aqui? As perguntas saíam como balas de um revólver em direção a ela que ainda não sabia responder nenhuma daquelas perguntas. E que talvez nem tivesse mais a chance de responder.

- Ah, pois é. Ele queria me comer aqui, agora, sussurrou. As palavras simplesmente saíram de sua boca, deixando Bia sem palavras, o que em nada mudou a sensação de não saber o que viria pela frente.

- E você vai deixar? Porque eu deixaria, aliás eu já estaria lá em cima transando com ele desesperadamente. Ai meu Deus que o Pedro não nos ouça. Sabe que eu sempre quis transar assim em lugares públicos. Mas o Pedro, ah os advogados, disse entre sorrisos.

- Onde está o Pedro? Perguntou.

- Foi buscar mais bebidas, nosso cuba de sempre. Você quer?

Ela não teve tempo de responder. Avistou ele vindo em sua direção, com mais dois amigos. O que era aquilo pensou: Uma orgia que iria lhe propôr agora? Não teve tempo, seu pensamento foi interrompido. 

- Esses são Fábio e Renato meus sócios e amigos, queria que eles e conhecessem, disse apresentando os dois sob o olhar quase catatônico da amiga. Essa é a Penélope de quem falei mais cedo. É por causa dessa moça que hoje ficamos na cidade. Valeu a pena?

- Prazer, disse desconcertada com a situação. Sem entender se aquela cena era real ou fruto de algum desvario.

Os dois se entreolharam assim como Bia e Pedro que acabava de chegar com os drinques e sem entender quase nada do que estava acontecendo, apertou a mão dos dois. Estavam todos devidamente apresentados.

- Então Diogo, já que você escolheu, muito bem escolhido por sinal, o lugar, a gente busca as bebidas. Vamos até o bar. Podemos ficar nessa mesa com vocês? Perguntaram com educação.

- Claro, disseram os três praticamente juntos e bastante constrangidos pela resposta quase ensaiada. Enquanto a mesa tentava se recuperar daquele momento, os dois se afastaram em direção ao bar.

- Bem, eu apresentei meus amigos, e os seus? Disse em tom de cobrança.

- Desculpe, esses são a Bia e o Pedro são meus amigos. A Bia é consultora e o Pedro é advogado. Eu e a Bia éramos colegas de quarto, até o Pedro chegar e estragar tudo, disse rindo e trazendo de volta a normalidade daquele momento.

- Bia, Pedro, esse é o Diogo. Foi ele quem detonou meu note, disse olhando para ele com cara de cumplicidade.

- Bem, existem algumas divergências sobre esse tema, disse olhando confidente para Bia. Existe um pouco de distração nessa história.

A Bia estava conquistada, sem muitos esforços. A conversa fluía, não sentia-se tão a vontade há muito tempo. Estava se divertindo, e ao que parecia Bia e Pedro também. Os dois amigos dele bebiam e vez que outra entravam também no assunto. Até que um dos dois deixou o lugar acompanhado e o outro decidiu acabar com a noite mais cedo. Ele e ela estavam na pista.

- Seus finais de semana são sempre assim? Perguntou ele de forma rápida.

- Sim, alguns terminam de forma menos interessante do que hoje mas geralmente sim. Gosto de ter as coisas definidas, sou organizada. Mas também me permito ousar vez que outra.

- Posso te propôr um fim de noite diferente, disse aproximando o rosto do seu, ao som de muita música e muita gente pulando sob as luzes brilhantes e que pareciam estar em outra dimensão.

- São três da manhã, não sei se devo levar você para minha casa, pode ser perigoso, disse em um tom de deboche que o fez soltar um sorriso largo.

- Então vamos para a minha casa, preciso te dizer, não estou mais aguentando, preciso ficar a sós com você. Você é muito sexy e não consigo parar de imaginar você nua. Quero transar com você até o dia amanhecer. Seus amigos são ótimas companhias e os meus amigos... Ah sei lá deles. Só quero passar a noite com você, mais uma, propôs.

Os dois seguiram até  mesa, entre despedidas e olhares cúmplices da Bia. Promessas para o dia seguinte e pedidos para dirigirem com cautela. Cada um seguiu em um carro, não sem antes uma bela preliminar e um momento mais quente encostados em uma pilastra no meio do estacionamento. As mãos acariciavam, e causavam prazer.

- Não vou aguentar, deixa eu te comer aqui. Disse caminhando em direção ao carro.

- Deixo você me tocar, me beijar, mas me comer aqui não, disse enfática.

- Deixa seu carro aqui, eu te levo.

- Não, você vai na frente, eu te sigo. Não vou fugir, eu também quero te comer, disse entre sorrisos.

Os dois seguiram para a casa dele. Era uma casa comum, mas de bom gosto. Rústica e bem decorada, ela não teve muito tempo para apreciar o local. Os dois não conseguiam deter o desejo e as roupas já não existiam mais. Na sala, uma janela enorme fazia vista para o mar e a lua que estava cheia no céu escuro. Tudo estava propício ao sexo e os dois se renderam. De todas as formas, muitas e repetidas vezes. Até a exaustão. 

O sexo era uma combinação, como se os dois tivessem feito aquilo a vida toda, tudo se encaixava e o desejo não cessava a cada orgasmo. Ela não sabia o que pensar daquilo tudo. Tão cética e tão desestimulada na busca por prazer. O sexo com outros homens era bom, mas daquele jeito era a primeira vez. 

Os raios de sol invadiam a sala da casa e ela acordou em seu peito. Ele era forte e protetor,sentia-se protegida mas quase nada sabia dele, como poderia? Apaixonada? Não, aquilo tudo era muito intenso e de alguma forma estava fugindo do controle. No relógio oito da manhã. Precisava ir embora. Mas não sem deixar algo, um bilhete, mais do que isso.

Ele acordou sentindo aquela sensação incrível de quem fez sexo a noite toda. Procurou por ela, não encontrou. Levantou-se na esperança de vê-la na cozinha, mas havia apenas um pedaço de papel e um presente.

“Precisei ir, desculpe, não quis acordar você, estava lindo dormindo nu com o sol batendo na janela. Aliá
s sua bunda é linda. Pensei em te deixar alguma coisa, mas achei que uma flor aqui no terceiro andar seria difícil. Deixei algo melhor, algo que você quase não aproveitou porque é guloso. Se você quiser, a gente se vê à noite. Meu domingo vai ser cheio.”

Esticada sobre a mesa da cozinha sua calcinha de renda vermelha. Ficou tão excitado que não se conteve, ali mesmo segurando a calcinha gozou. E imaginou sua cara escrevendo o bilhete. Como desejava aquela mulher. O dia seria longo. 














Terça-feira quem vem continua.
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