Não vou fazer rodeios, o tema da
coluna de hoje é Pornô.
Sim, as mulheres assistem pornô. Umas
porque sentem tesão mesmo, outras por curiosidade, outras para agradar o
parceiro, enfim quer sua mãe queira ou não, elas assistem. Claro que assistem
um pouco desanimadas por se verem mal retratadas, de forma violência demais ou com
corpos masculinos de menos, mas assistem.
O que não encaixa, talvez porque
muitas coisas precisam de um certo tempo para se encaixarem – se é que você me
entende, é que com um público tão sedento e ávido por pornô de qualidade, com
história e principalmente beleza, temos tão poucas opções no mercado.
“Eu pessoalmente não curto, o
ponô foi feito para o homem, tanto que a mulher é o principal objeto dos filmes
héteros. Não pensam na gente. Como eu não gosto de pornô nunca parei pra pensar
no assunto. Prefiro fazer a assistir. Já meu namorado é telespectador assíduo”.
Essa fala só reforça a tese de
que o mercado está cego a um publico que não encontra o feedback para seus
desejos. Não posso deixar de citar também de que a mulher foi criada para não gozar,
aliás, esse foi um dos temas que abordamos por aqui. Se a mulher não goza, não
pode sentir tesão e muito menos falar sobre isso em público, ela não consome
pornô.
O preconceito com quem se diz
espectador de pornô é grande e geralmente é um assunto pouco comentado. Em
parte porque são situações que acontecem em momentos de particularidade, dificilmente
um casal vai marcar de ver um filminho pornô em grupo. As questões sexuais são
ainda muito pouco exploradas em grupo. É sempre preciso alguém “puxar o bonde”,
e depois, ninguém segura.
“Eu adoro!!Adoro tudo e o que
mais me deixa excitada é o menagé, fico com muito tesão. Mas ainda não fiz,
infelizmente. Tanto faz dois homens ou duas mulheres”, disse uma delas mais
saidinha. Essa fala me deixou intrigada, fiquei pensando em como somos amigos das
pessoas, mas não ousamos falar de sexo e muito menos sobre desejos e fetiches.
Mas basta uma brecha e todo mundo quer falar ,e muito.
As cenas de sexo nos filmes pornô
são feitas para atender fetiches masculinos, “Meu namorado sempre me chamava
para assistir pornô com ele, resistia porque quando adolescente assisti um em
que uma mulher recebia um banho de porra. Eram cinco homens enfileirados, e
todos gozavam na boca dela. Saí da sala e fui vomitar. Dali pra frente tinha
medo de assistir pornô. Resolvi ceder. Curti muito e a gente transou muito
gostoso. Foi preciso coragem para me libertar daquela cena”. As más
experiências com o pornô estão nas conversas, e as reclamações também. “Queria
ver mais história, mas ao mesmo tempo, essas historinhas me dão idéias para
transar com meu marido, não tem jeito tem uma altura do relacionamento que a
fantasia se faz necessária”, disse uma das leitoras.
Uma pesquisa da Playboy revelou que 49% dos
assinantes do canal Sexy Hot são
mulheres. Um número bem significativo. Um canal holandês passa sexo explícito
direcionado à mulheres 24 horas por dia, sete dias por semana. E já conta com
mais de 1 milhão de telespectadores. Dito
isso, o pornô seria o novo pretinho básico das mulheres?
“Eu assisto sozinha, as vezes
estou cansada, estressada, com a cabeça cheia e ligo lá, assisto lavando louça,
cozinhando, me dou esse direito”, disse uma delas. Essa porém, é uma exceção,
60% das entrevistadas em uma pesquisa afirmaram que assistem pornô acompanhadas
do parceiro. Será que assistir acompanhada dá à mulher a sensação de não estar cometendo
nenhum pecado? Afinal, estou com meu companheiro. É, pode ser.
“Não acho que o pornô foi feito pra mulher, o foco é masculino.
Tem muita mulher gostosa pra pouco homem gostoso nos vídeos”, comentou uma
delas entre gargalhadas.
“Não assisto. Já assisti, óbvio. Mas
parece ter sido feito para o o homem. Reflexo da sociedade patriarcal e
machista. Minha sensação é de que a mulher ocupa sempre a posição de objeto,
não sendo vista como quem também sente prazer, entende?, respondeu uma delas de
forma mais filosófica.
E nem quis entrar muito a fundo nas questões de machismo e misoginia, mas é impossível não citar, já que na verdade a mulher sofre muito mais preconceito quando se diz espectadora de pornô. Mas essas questões são para outra coluna em um outro momento.
E nem quis entrar muito a fundo nas questões de machismo e misoginia, mas é impossível não citar, já que na verdade a mulher sofre muito mais preconceito quando se diz espectadora de pornô. Mas essas questões são para outra coluna em um outro momento.
Existem opções, inclusive em
sites, para que esse público tão negligenciado não fique a ver navios, o Google
oferece coisas trash, bizarras e feias, mas existem opções de bom gosto para atender
essa demanda crescente. Poucos mas existem, fuçando bem você encontra.
“Quando era adolescente eu adorava aqueles filminhos do Multishow depois de meia noite, nem aparecia nada, e o tesão era demais. Eu nem transava ainda, curtia muito. Hoje casada, com meu marido a gente assiste, mas a gente mais ri do que se excita. Talvez porque o nosso sexo seja incrível, a gente desliga a TV e faz nosso show particular”, contou uma delas empolgada e fazendo gestos exagerados.
“Quando era adolescente eu adorava aqueles filminhos do Multishow depois de meia noite, nem aparecia nada, e o tesão era demais. Eu nem transava ainda, curtia muito. Hoje casada, com meu marido a gente assiste, mas a gente mais ri do que se excita. Talvez porque o nosso sexo seja incrível, a gente desliga a TV e faz nosso show particular”, contou uma delas empolgada e fazendo gestos exagerados.
Ao final de cada discussão a sensação de liberdade e quebra
de tabus é sempre muito prazerosa. O pornô é uma realidade. E para muitas mulheres serve como escape, preliminar, estudo. O pornô é uma opção. E para muitos casamentos, uma salvação. Viva o nosso pornô e nossa liberdade de assisti-lo acompanhadas ou não!
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